O que surpreendeu o grupo foi o
fato de a esmagadora maioria da população com a qual entramos em contato
reconhecer no conceito de terrorismo uma coisa que não diz respeito aos
brasileiros, não havendo possibilidade de identificar nenhum, ou quase nenhum,
fato ocorrido no Brasil com a idéia de terrorismo. O termo mais usado pelos
habitantes de São Paulo é “vandalismo” - o que denota uma diferença social,
política e estética na leitura de acontecimentos radicalmente violentos, em
relação a outros países como, por exemplo, os Estados Unidos, França e Inglaterra
e à mídia internacional.
Partindo
desse dado, que denota a inconsistência ideológica e estética do terrorismo no
Brasil, alinhamos nossa reflexão na perspectiva de compreender: o que de fato é
o terrorismo hoje? Que função exerce no cenário sócio-político-cultural
brasileiro e internacional? É possível falar em terrorismo no Brasil, em
considerar sua existência aqui? Diante da nova conjuntura política e econômica
mundial e do novo papel do Brasil neste cenário, estaríamos diante da
emergência de algo próximo ao terrorismo tão perto de nós – terrorismo que até
então julgávamos uma coisa do “Outro”? Enfim, quem são os sujeitos desse
conceito tão contraditório?
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